Na assumida condição de ideólogos da memória, a palavra tem para nós valor acrescido. Grava, fideliza e eterniza a expressão do nosso sentir. Nesta perspectiva recordamos cinco homens que, em vida, se revelaram todos iguais e, simultaneamente, todos diferentes. É certo que a trajectória de cada um, ao serviço da Causa dos Bombeiros, justificaria a consagração de mais espaço e, por conseguinte, de mais palavras. Todavia e porque, em nosso entender, as homenagens valem pelo seu real significado e não pela sua aparência, aqui evocamos os seus nomes, com o nosso singelo mas sentido preito, sem esquecer, logicamente, os de todos quantos deixaram, para sempre, na nossa terra, as fileiras do Voluntariado, e que permanecem bem presentes no pensamento colectivo como símbolos da generosidade humana:
Desaparecido no cumprimento da sua missão, nas inundações que assolaram os lugares de Agualva e Cacém. Supõe-se que, na tentativa de prestar socorro a populares que corriam perigo, foi arrastado pela fúria das águas, quando atravessava uma rudimentar ponte sem guardas. Apesar de aturadas pesquisas, da Ribeira das Jardas até Caxias, o seu corpo nunca foi encontrado.
Vítima de acidente de viação, ocorrido perto do quartel, quando se encaminhava para este, num motociclo, em resposta ao toque da sirene, a fim de tomar parte no combate a um incêndio florestal. Foi violentamente atingido, devido a forte embate provocado por um veículo ligeiro que manobrava à sua passagem. Transportado de urgência para o Hospital de S. José, não resistiu a graves lesões.
Vítima de acidente de viação. Integrava a guarnição dum pronto-socorro que tombou, em Rio de Mouro, a caminho de um sinistro para o qual os BVAC haviam sido solicitados e que mais tarde veio a ser confirmado como falso alarme. Pertencia ao Grupo de Intervenção Permanente do Corpo de Bombeiros.
Vítima de acidente ocorrido internamente, na parada do quartel, quando procedia a trabalhos de manutenção numa garrafa de ar comprimido, que explodiu. Pertencia ao Grupo de Intervenção Permanente do Corpo de Bombeiros.
Iniciou a actividade nos BV Campo de Ourique. Em 1941 transitou para os BVAC, onde fez carreira e dos quais veio a ser Comandante Interino. Passou ao Quadro Honorário, no ano de 1970, como 2.º Comandante. Recebeu, do Presidente da República, em 2011, no Dia de Portugal, o grau de Oficial da Ordem do Mérito, enquanto bombeiro mais antigo do país. Tinha, então, 100 anos.
TODOS SERVIRAM. TODOS CUMPRIRAM.