Monumento ao Bombeiro Voluntário, em Agualva-Cacém

Jorge Trigo*
A minha participação na Comissão Executiva

Recordo com saudade os meus colegas da Comissão Executiva do Monumento ao Bombeiro Voluntário em Agualva-Cacém. Já lá vão 25 anos. O tempo passa depressa. 
Dos cinco elementos que a compunham, lamentavelmente, já só restam eu e o Domingos Quintas. Curiosamente eu fui uns anos depois Presidente da Assembleia Municipal de Sintra e no mandato que agora irá começar será a vez de Domingos Quintas presidir a essa Assembleia. 
Foi uma excelente equipa. Muitas foram as noites ocupadas em reuniões da Comissão. Algumas realizaram-se na sede da antiga Junta de Freguesia de Agualva-Cacém, no já desaparecido Palacete Pires Tavares, e a maioria num escritório do colega José Duarte Paula, situado junto à passagem inferior ao caminho-de-ferro, vulgo túnel da Avenida dos Bons Amigos. De todas as reuniões se fizeram actas. Essa árdua tarefa foi atribuída ao colega João da Cruz Mateus, tendo procurado sempre o máximo de rigor na sua elaboração, nomeadamente no resumo dos assuntos tratados e das tarefas definidas.

Inesquecível foi o episódio referente à nossa deslocação a Lisboa para uma reunião com o vice-governador civil do distrito, António do Nascimento Machado Lourenço. Quando lhe mostrámos a maquete do Monumento ele disse-nos: "Os senhores desculpem a minha franqueza mas não me parece um bombeiro, mas sim um pescador." Não gostámos do que ouvimos, mas quem mostrou mais irritação foi o colega João da Cruz Mateus que não deixou o vice-governador sem a resposta adequada.

Escrevemos para todo o país, Câmaras e Juntas de Freguesia, solicitando apoio financeiro para a construção do Monumento. As respostas positivas não vieram em número satisfatório. E não existia a crise no país como actualmente. Mas sempre vieram alguns contributos que nos deram alento para continuar.

A obra acabou por se concluir para grande satisfação de todos nós. Só faltava colocar a estátua no pedestal. Veio então de Lisboa uma grua do, na altura, Batalhão de Sapadores Bombeiros, que realizou com êxito a tarefa. Para este precioso e fundamental apoio foram decisivas as diligências efectuadas por minha mulher, Amélia Trigo, que desempenhava funções no Batalhão.

No dia da inauguração coube-me a mim ser o apresentador da concorrida cerimónia, num dia de sol abrasador. O Presidente da República Dr. Mário Soares esteve representado pelo seu assessor naval da Casa Militar da Presidência, Comandante Homem Gouveia. A confirmação da sua presença, e todas as prévias indicações sobre a cerimónia que lhe foram transmitidas, ocorreram uns dias antes, em conversa telefónica entre mim e o comandante.

Muito mais haveria para dizer, mas ficará para outra ocasião.


20 de Outubro de 2013


*Membro da Comissão Executiva do Monumento ao Bombeiro Voluntário, em Agualva-Cacém,
e ex-Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Associação dos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém.