Outros Tempos, outros Congressos, outras Direcções


Decorreu há dias (24, 25 e 26 de Outubro), em Coimbra, o 42.º Congresso Nacional da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), confederação na qual Agualva-Cacém está inscrita desde 1932, figurando entre as principais associações de bombeiros do país que a ela aderiram.

A "nossa" primeira participação em reuniões magnas da LBP verificou-se no ano de 1934. Então realizado em Tomar, ali estiveram, no IV Congresso Nacional de Bombeiros, os delegados da Direcção e do Comando, bem como uma deputação do Corpo Activo que integrou a grande parada de encerramento.

Desde aquele ano, nunca mais Agualva-Cacém deixou de constar entre os congressistas.

O saudoso Ajudante de Comando Joaquim Barreira de Almeida foi, porventura, quem mais vezes teve a responsabilidade de representar os BVAC nos congressos da Liga, fazendo-o com incondicional gosto, honra e distinção.

De referir que tais reuniões tinham uma importância diferente dos dias de hoje. Eram o maior acontecimento dos bombeiros portugueses, daí o interesse das associações e corpos de bombeiros em garantir a sua presença, na máxima força.

Foi, contudo, nos anos 70, mais precisamente entre 1976 e 1980, que o nome de Agualva-Cacém atingiu maior notoriedade nas reuniões em apreço, mercê do dinamismo de Direcções sucessivamente eleitas e da representatividade que a Associação dos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém atingiu entretanto com sua eleição para a presidência da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa.

Pela voz do então Presidente da Direcção, José Manuel Lourenço Baptista, Agualva-Cacém liderou em congresso muitas das discussões sobre os problemas mais prementes que se colocavam às estruturas dos bombeiros, concorrendo com a apresentação de propostas concretas e inovadoras versando soluções que vieram a ser acolhidas pela própria Liga dos Bombeiros Portugueses e aplicadas no todo nacional.

De tal período é bem ilustrativa a fotografia que publicamos, tirada quando do XXIII Congresso Nacional dos Bombeiros Portugueses, reunido no Estoril, de 3 a 8 de Outubro de 1978, vendo-se o Presidente Lourenço Baptista a intervir numa das sessões de trabalho, acompanhado, à sua direita, pelo dinâmico Director Tesoureiro Helder Martins Moura e, à sua esquerda, pelo prestigiadíssimo Comandante Artur Lage.

Aqui fica um registo de uma época áurea, inigualável e irrepetível, em que as Direcções tomavam parte activa nos congressos, representadas, exclusivamente, pelos respectivos titulares, não abdicando das suas competências e, por conseguinte, escusando-se da delegação de funções. Tratava-se de Agualva-Cacém no seu melhor, fruto de uma geração detentora de cultura institucional, bem identificada com os princípios, os valores e os superiores interesses dos bombeiros portugueses.